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Patricia Lima Rachel Lima Lopes
LOVE, I´m in love.....
Nestes últimos dias não conseguia pensar em mais nada senão naquele beijo, um beijo roubado e abençoado.
No auge dos meus vinte anos aquele foi o beijo mais maravilhoso que alguma vez pude dar, aqueles lábios tão macios, húmidos, e o cheiro, ai o cheiro que ela trazia com ela, uma mistura de almíscar com morango, nossa acho que estou a delirar! O pior de um beijo roubado é o que vem depois, sim porque quando temos a certeza de que quem estamos beijando quer ser beijada , é muito mais fácil, mas no escuro como foi, nunca tive certeza que Marina quisesse o mesmo que eu até sentir a pressão dos seus lábios sobre o meu a relaxar e a sua língua, e melhor ainda , sua mão contra o meu peito, não me empurrava , estava ali simplesmente ali, primeiro um leve toque delicado, depois ligeiramente mais forte como que apoiada, aconchegada, isto foi a satisfação de um ladrão de beijos.
Bem contando que quando experimentei entreabrir os olhos ela estava ali de olhos fechados saboreando o momento como eu, senti-me seguro, homem e quando descolamos do nosso momento especial, só consegui perguntar-lhe após um breve sorriso se ela queria sair à noite, talvez um cinema, filmes lá em casa no sofá, não muito cedo, melhor o cinema, então vou buscá-la às 20:00 hs, trocamos moradas, telefones e já estava.
- Sr. Claudio... Sr. Claudio , acorde está na hora do remédio. o senhor está todo transpirado, sente-se mal? Ah mais um daqueles sonhos maus.... tome o remédio que já passa....
- Não foi um sonho mau, este era real... eu estava lá, tenho a certeza e não era mau era bom, doce como mel das abelhas...
- Claro que sim senhor Claudio, claro que sim! - Dizia, rindo a enfermeira a sair do meu quarto
Fiquei super chateado, como podia alguém não acreditar em mim, estava sendo tão sincero, tenho que certeza que aquilo aconteceu... talvez... talvez eu consiga estar noutro lugar enquanto durmo, tipo.... teletransporte! É isso eu consigo teletransportar-me, tenho que dizer a todos... ou... o melhor será não contar a ninguém ainda me dão todas aquelas injecções outra vez já estou farto!
-Posso?... Como está hoje? A enfermeira disse que andou a ter os pesadelos outra vez... Quer falar comigo?
-Não, consigo não! Você diz sempre que não vai contar a ninguém... mas cada vez que lhe conto alguma coisa vem falar comigo e dar-me mais injecções!
-Ok o senhor é que sabe... Quanto mais tempo guardar isso para si mais difícil será para sair daqui... e eu sei o quanto você não quer estar aqui. Não quer mesmo falar?
-Quero e muito, agora que sei o que sou... mas contigo não!
-Agora que sabe o que é? Ok se não quer falar agora eu volto mais tarde!
Farto, estou farto que esta mulher me venha cá dizer o que eu sou ou o que não sou.
Eu não sou maluquinho nenhum... nem sequer sei o quê que estou aqui a fazer!
Agora falando de coisas sérias, esta vai ser a... quadragésima, não quinquagésima tentativa, é agora que eu vou conseguir, tenho que planear bem isto, eu vou sair daqui esta semana.